O Vale da Felicidade

O Vale da Felicidade se caracteriza por um esforço das cidades do Vale do Caí e a cidade de Portão em atuar para o desenvolvimento do Turismo e, consequentemente, da economia da região. Atualmente com mais de 231.000 habitantes e uma matriz econômica diversa, a região ainda tem pouca participação na geração de PIB (Produto Interno Bruto) e VAB (Valor Agregado Bruto). Devido a sua localização, sofre grande influência das regiões Metropolitana e Serra, sendo uma oportunidade de crescimento, mas também concorrentes altamente influentes na distribuição de recursos e também nos investimentos de novos negócios.

A preocupação com o desenvolvimento socioeconômico da região se fez muito presente nas discussões do 1º Fórum do Desenvolvimento Regional do Vale da Felicidade. A necessidade de aplicação de esforços coordenados para um crescimento contínuo, amplo e sustentável em todas as cidades do Vale, com ações que sejam executadas com a qualidade e a velocidade necessária para que a região esteja preparada para os desafios futuros, é essencial.

Para garantir que os esforços se viabilizem, é essencial que as pessoas do Vale da Felicidade sejam ouvidas, que essas discussões representem ações que promovam o crescimento regional e o desenvolvimento das cidades. Junto disso, é essencial o conhecimento dos dados regionais, dos dados de comportamento da população e dos consumidores regionais.

Dados populacionais do Vale da Felicidade

O Vale da Felicidade hoje possui 231.069 habitantes, sendo 114.974 mulheres e 116.095 homens. Observando a pirâmide etária do Vale da Felicidade, é possível verificar um fenômeno de envelhecimento da população, assim como na maior parte das regiões do país.

Quando avaliamos a população e os potenciais de produção, do total de habitantes da região, 24,70% da população reside em zonas rurais e 75,30% em zonas urbanas. Sendo que o maior percentual de moradores em área rural está na cidade de Maratá, com 69,37% da população em área rural. Já a cidade Montenegro, com 90,28% das pessoas concentradas em regiões urbanas, é a cidade com o maior percentual da população na zona urbana.

Pirâmide etária do Vale da Felicidade 2020

Indicadores de desenvolvimento

O acompanhamento de indicadores que possam demonstrar o desenvolvimento socioeconômico da região é extremamente importante para avaliarmos o crescimento do Vale da Felicidade e também acompanhar se os esforços dispensados pelo Fórum de Desenvolvimento Regional do Vale da Felicidade estão gerando os resultados desejados.

O primeiro indicador avaliado aqui é o PIB, Produto Interno Bruto. O PIB é um indicador criado em 1930, por um economista russo naturalizado americano, Simon Kuznets, que utilizou o índice para avaliar o desenvolvimento econômico de determinada região. É um indicador de fluxo de bens e serviços novos que foram produzidos durante um período. Se não houver produção, o PIB será nulo. Por essa razão, administrações investem e incentivam a atração de novos estabelecimentos produtores, seja no primeiro setor, seja na industrialização de municípios. Durante o período avaliado, o PIB do Vale da Felicidade foi de R$ 935.526.390,00. Já o PIB per capta, é um indicador que representa o que cada pessoa da região analisada contribui para o total das riquezas geradas, ou quanto cada pessoa teria produzido para que a região somasse o PIB. No Vale da Felicidade, o PIB foi de R$ 48.584,26.

Ambos indicadores são importantes índices para a medição do desempenho produtivo e econômico da região, mas não são indicadores de desenvolvimento, pois, apesar do desenvolvimento econômico ser a chave para o crescimento de uma região, a forma como essas riquezas estão distribuídas que vai determinar o quanto a região se desenvolve. Por isso, fatores como a média salarial do Vale da Felicidade foi avaliada aqui, para servir de apoio quanto à qualidade dos empregos gerados na região. Atualmente, a média salarial da região é de 2,21 salários mínimos por habitante, sendo o salário médio mais alto da região o de Montenegro, com 2,8 salários mínimos, e na cidade de São José do Hortêncio a média salarial mais baixa, com 1,8 salários mínimos por habitante.

Outros indicadores avaliados foram IDH, Índice Gini e IDESE. O IDH (índice de Desenvolvimento Humano), que no Vale da Felicidade é de 0,703, representa uma medida geral do desenvolvimento econômico e da qualidade de vida de uma região. É uma escala de 0 a 1, sendo que, quanto mais perto de 1, maior é o desenvolvimento da região. Para a construção do IDH, é levada em consideração uma série de indicadores de renda, longevidade, saúde e educação.

O Índice Gini é um indicador que avalia a concentração de renda de determinado grupo. Ele aponta a diferença entre rendimentos dos mais pobres (os 20% com os menores rendimentos da região) e dos mais ricos (20% dos maiores rendimentos da região). O índice também é apresentado em uma escala de zero a um, sendo o zero a total igualdade e o um a situação onde uma única pessoa detém toda a riqueza daquele grupo estudado. Na região do Vale da Felicidade o índice Gini é de 0,3704, sendo melhor do que o estado do Rio Grande do Sul, com índice de 0,5400, e do que o Brasil, com índice de 0,5910.

O IDESE é um índice que serve para medir o desenvolvimento socioeconômico de uma região. Para esse cálculo, também são utilizados dados quantitativos e qualitativos de saúde, educação e renda. Articulados os dados desses três blocos se obtém um índice, que é apresentado em uma escala de 0 (nenhum desenvolvimento) a 1 (desenvolvimento total). A região apresenta um IDESE de 0,76, contra um IDESE estadual de 0,776. O IDESE é considerado alto quando acima de 0,800, médio quando entre 0,500 e 0,799 e baixo quando abaixo de 0,499. Conforme escala abaixo:

Fonte: FEE/Núcleo de Indicadores Sociais e Ambientais

Abaixo os valores dos indicadores de desenvolvimento descritos acima de forma resumida.

PIB (R$ x 1000)
PIB Per Capita (R$)
Salário Médio (salário mínimo)
IDH
Índice Gini
IDESE
935.526,39
48.584,26
2,21
0,703
0,3704
0,76

Indicadores de educação

Durante todo o Fórum de Desenvolvimento Regional do Vale da Felicidade a preocupação com a educação foi unânime. Todos os setores econômicos veem a educação com um enorme gap do que se espera e o que realmente é apresentado hoje. Essa preocupação pode ser observada quando se avalia os indicadores da educação no Vale da Felicidade. O Indicador IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) foi o índice avaliado para iniciar o acompanhamento feito pelo Fórum. Para a obtenção desse índice são considerados o fluxo escolar (aprovações escolares) e as médias de desempenho nas avaliações (Sistema de Avaliação da Educação Básica).

Quando considerado o Ensino Fundamental, séries iniciais, a região do Vale da Felicidade detém os melhores resultados, com índice de 6,37. Observa-se também que, com o avanço dos anos, os índices pioram, chegando em 5,21 no Ensino Fundamental séries finais e a 4,55 no Ensino Médio. Conforme dados abaixo.

Quando avaliados os dados de aprovação, reprovação e evasão escolar nas escolas da região, os números também são preocupantes. No ano de 2019 tivemos 11% dos alunos reprovados e 1% de alunos evadidos no Ensino Fundamental.

Já esse mesmo índice se mostra ainda mais alarmante no Ensino Médio, com um percentual de 10% de reprovação e 5% de evasão.

Indicadores de negócios

Outra avaliação feita foi referente aos negócios estabelecidos na região e a capacidade desses de gerar empregos. Atualmente, em nossa região, são 12.970 estabelecimentos com registros devidamente regulares em todas as esferas (Municipal, Estadual e Nacional). A construção civil foi tratada de forma isolada no que se refere a estabelecimentos para uma melhor avaliação desse setor especificamente. Para a avaliação da quantidade de empregos gerados, os dados da construção civil estão enquadrados nos ramos da indústria e de serviços, de acordo com o CNAE das empresas. Essas empresas estão divididas de acordo com seu ramo de atuação conforme o gráfico abaixo:

Avaliando o total de empregos formais gerados por ramo de atuação, temos o seguinte cenário: